segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Tradição sem opção


No zumbido do ventilador ou na sirene das ruas, as horas passam, e na televisão os assuntos são os mesmos. Domingo é dia do nada, não temos conteúdo pra ver, só temos comida no forno e uma cerveja na geladeira. Se todo domingo é domingo, não quero mais saber do domingo. Eu quero um dia diferente, onde as coisas seriam imprevisíveis. Quero acordar cedo, sem a ressaca que parece insistir do sábado à noite; quero ligar a televisão e assistir um show dos Rolling Stone, ao invés, de assistir uma corrida programada ou mesmo ver aquele jogo de vôlei patrocinado por um banco qualquer. Na hora do almoço, o domingo sempre trás a lasanha, eu até abriria mão, só pra comer meu feijão e tirar o gosto com aquele suco melão. Pra continuar a saga, uma dormidinha é a tradição, como estou em busca da imperfeição, quero sair pra ver a Jurema, pode ser pra ver a Filomena, isso não me importa, quero fazer o que não existe, deixa pra lá se lhe parecer inconsciente. Como domingão só tem domingão, eu finjo não ver a televisão. Se eu pego o remoto logo ele vira terremoto, tudo que aperto vira explosão, ate chegar as quatro, de quatro as seis, de quatro as oito, só tenho olhos pro gramado, não me importa quem entra em campo, o que importa é a tradição do domingo que continua me consumindo. A noite chega e meu dia passou como eu estivesse dormindo. E agora na hora de dormir? Como que eu faço se eu passei meu dia dormindo? Pensar aos domingos virou um esporte, isso pode ser uma solução pra minha guerra declarada a tradição do dia de domingo. Vou continuar pensando aos domingos, ate achar uma solução. Por Enquanto a terra não pára!

Um comentário:

  1. Amor, espero que eu tenha contribuído para que esse marasmo tradicional de todos os domingos passe logo...Beijos!!!

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