terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Tudo e nada


Agora tento lembrar as coisas que pensei mais cedo e não consigo mais. Lembro que pensei na vida, nas pessoas, nas imagens, nas loucuras, nas desavenças, em tantas outras coisas indecifráveis. Cada um de nós tem a própria vida, porque parar para ver a vida alheia? Esse interesse pelo outro não me conforma. Esse interesse alheio é vulgar. Se cada um tem seu lugar porque olhar para o vizinho?
Quero pensar agora em nada. Nada, nada, nada. Quando penso em nada, meu cérebro dispara, dispara como um filme no speed. Tudo passa tão rápido que não penso em nada. Adoro não pensar nada. Nada para mim é o infinito. Pensar em nada é pensar em tudo ao mesmo tempo. Isso tudo acontece enquanto a terra não pára.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Selva de pedra e capitalismo selvagem


Está na moda a palavra crise, pra tudo que está acontecendo à desculpa se dá por essa palavrinha mágica. A desculpa do presidente, do vendedor, do empresário e do gari, tudo é facilmente justificado pela magia dessa palavra. A vida continua correndo, o relógio continua contando os mesmos minutos e segundos, o sol se move e a lua aparece como sempre, a chuva cai e o vento passa e tudo continua como antes. Essa justificativa usada pra tudo nos dias atuais me incomoda, mas incomoda muito. Aparentemente a globalização faz com que isso tudo pareça estar sempre do nosso lado, bem aqui onde conseguimos tocar, mas nem sempre isso é a verdade. Quando escutamos que o problema é globalizado, intuitivamente nós esquecemos das pequenas coisas, porque um grande e enorme problema mundial nos faz pensar que os pequenos são e serão insignificantes perto do problema maior globalizado. Se a demissão em massa acontece, as demissões de gota a gota sempre aconteceram, mas tudo que é em montão aparece mais e todos se mobilizam com isso. Posso estar sendo um pouco cruel com minhas colocações, mas continuarei sendo cruelíssimo. Vejamos os grandes desastres que acontecem. São terríveis, morrem pessoas, sofrem famílias, perdem tudo que construíram com anos de trabalho, isso causa uma repercussão nacional, mundial é comovente. Mas e as coisas que acontecem no dia a dia, será que são menos importantes que tragédias que comovem? A globalização às vezes penso que é injusta, tem lugares que não estão preparados para tamanha modernidade, porque ainda vive na idade unitária não na idade globalizada. Temos que pensar em melhorar o que é nosso, começando pela unidade, depois passamos para federação, depois pra âmbito nacional, alcançaremos um lugar ao sol no mundo e quem sabe atingiremos o globo total (globalização) e depois ao invés de chamar globalização chamaremos de universalização, incluiríamos nossos amigos extra terrestre. Aí sim! Se tivermos uma crise universal, poderemos dar essa desculpa esfarrapada pra tudo que acontece. Salve o gari que está roubando, teremos que desculpá-lo, pelo fato de haver a crise. A crise sempre está com a gente, não existe ninguém que não tenha crise ao seu redor. Eu adoro a crise, a crise me fortalece, eu ganho de todas minhas crises. Eu sou forte igual ao He-man, e sabe qual é a crise do He-mam? O esqueleto. Vamos parar e pensar, enquanto a terra não pára.