quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O som da meia noite


Enquanto o ponteiro dos segundos teima no seu sentido circular e homogêneo, o mundo despreza toda essa voracidade e parte pra individualidade coletiva. Essa é a nova fase. Como se fosse um vídeo game dos aos 80 em que a transformação dependesse somente de tudo aquilo antes ocorrido. O presente se tornou o passado antes mesmo do hoje acontecer, o futuro antes lembrado como uma hipótese, hoje se tornou o presente; e o que virá depois? Não temos designação, nem palavras escrita no Aurélio para poder nos mostrar o que vem depois do futuro, somente a certeza de que não será mais o futuro. O intercambio interpessoal se tornou tão avassalador, que o pensamento individualista se camufla com a individualidade dos outros. Ninguém mais sabe o que quer, nem o que fazer. A identidade foi perdida. O futuro foi exterminado.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Jabulani!!


Todo o Mundo se volta para o sul da África, a Jabulani é jogada pelo ex presidiário e uma onda como um tsunami avassalador prende a atenção do mundo. A expectativa cresce, quando os gritos começam a sair, dúvidas sobre o melhor e o pior ressoam pelas vozes dos rádios e TVs. O matador, a muralha, a zebra, o craque e o conjunto; esses sim são os grandes “Big Five” do momento. Quem não gostaria de vê-los?
Mas nem tudo é festa para mim, a fragilidade de um povo é maquiada para o mundo não perceber. Uma dança forçada e gritos num zulu desconhecido mais parecem um protesto que diz: Ajudem-nos, do que somente a beleza de uma cultura pouco conhecida.
Entre a glória e o desespero, entre a vida e a sobrevida, entre os zulus e a Jabulani, que vença o melhor, que o povo melhore. Que tudo melhore a ponto de todos gritarem: We are the champions, my friends.

700 km/hr



O tempo não para de correr, e eu, sem querer ser o amigo mais leal do tempo, sigo nessa correria que não pode parar. Anteontem a noite estava a quilômetros de distancia de saber o que seria ontem, e ontem estava sem definir o que seria hoje. E nessa indecisão, sem querer saber e sem querer planejar que eu sempre quero ficar. Nem sempre a incerteza é vantagem, mas quando a incerteza dá certo o prazer é recompensado em dobro.

domingo, 18 de abril de 2010

Crônica da vida real

O dia parece normal, a noite sempre é anormal. Como eu gosto do obscuro e do escuro escolho a noite para viver. O sol foi embora e nem sempre a lua vem, mas o mais importante que a noite sempre aparece e de uma maneira sutil e elegante; ela comparece sempre com uma sonoridade que somente ela sabe fazer. Minha prece que nunca é feita, parece ser atendida. E eu como sempre, estou noite adentro, esperando que ela não vá, mas na hora que tiver que ir, que volte amanhã, da mesma maneira, bonita e escura mas com a clareza que os dias não têm.

domingo, 28 de março de 2010

Olhando, olhando...

Quero pedir alta da fala, ou mesmo querer passar a minha vez. Pulo a minha parte pra poder escutar melhor e entender o que sempre eu quis saber. Busco encontrar a fórmula do certo e do coerente, e entender o que se faz quando se para um jogo, ou mesmo quando acaba a luz. Quero ver as pessoas viverem e olharem mais nos olhos e cada vez menos pensar no silicone e no botox novo. Quero ser romântico sem ser cansativo, quero se homem como sempre sou, sem parecer preconceituoso. O sol nasce e morre todo dia, por mais que os dias não sejam iguais.´Eu sou eu e você é você. Vivo no mundo que é meu, é seu e é nosso.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

F.R.E.E. - D>

Domingo tranquilo, sem compromisso, isso é raro de acontecer. Nó fim de mês, como é de costume já sou freguês. Freguês de mais um mês, com contas, noites e tantas. Não consigo mais parar, quando estou tranquilo dessa maneira, meu coração dispara, parece que tudo tem efeito reverso, sinto a respiração e o coração descompassados. Nem a chuva que teimava em cair nos últimos dias e que agora desaba me faz desconcentrar. A palpitação é um sinal, entendo que um sinal pra reconhecer o meu próprio mundo, que gira, galopeia e freia. Os sons agudos dos talheres ressoam no tímpano, e isso, me da mais uma amostra da nossa força interior, que unidas, compassada ou não, me torna uma pessoa tão igual e tão diferente de todos. Gosto de estar ligado a tudo, ou ligado a nada, o estranho é que tudo que penso me parece estranho. Você já parou pra pensar que Mundo é esse? Qual é o sentindo de dormir e acordar? A busca diária da sabedoria faz com eu tenha cada vez mais a vontade de entender as causas e as justificativas de tudo que acontece ao meu redor e ao redor do mundo. Eu sou Eu, e vivo sempre ao lado da satisfação própria.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Tudo acontece apenas na hora do almoço


Nessa hora e meia que saio, o mundo se transforma numa rapidez incontrolável. Esse tempinho que é menosprezado por esse diminutivo, parece uma eternidade. Acho que temos que rever essa forma de calcular nosso tempo. Estou na hora do almoço, não posso mais ficar por aqui, tenho que ir. Esse tempo me deixa estranho, queria viver sem tempo. Ah. Por falar em tempo, hoje o tempo é meu. Depois eu tento voltar a explicar.