quinta-feira, 16 de abril de 2009



Se o invisível nos parecer ser o Mundo que nos rodeia, eu quero ver esse invisível, eu quero entender o que não vejo e sentir o que não posso. Mostra-me esse lado obscuro e me livra dessa visão limitada que tenho, não quero viver vendo somente aquilo que me rodeia. Eu quero ver o impossível, eu quero ter uma visão supersônica, que consegue ver tudo e todos em um tempo só. Eu quero ter a visão de um felino para enxergar o instinto bem lá na frente, quero ler a mente e enxergar os interesses de quem não quer ter interesse. Eu quero a visão telescópica, para ver a lua na sua composição mais crua e também quero ver o sol com seu fogo que nunca se apaga. Quero ver ao invés das fisionomias, os corações, mostrando as verdades na hora de pulsar. Eu quero enxergar as coisas como elas acontecem na mais pura composição. Eu quero ver e enxergar, eu quero ver e viver aquilo que eu vejo, não quero ser um cego que enxerga, eu quero ser o olho que vê, vive e sonha.

Um comentário:

  1. “ Havia seres humanos vivendo em uma caverna subterrânea com uma abertura para o exterior e a luz. Eles estavam lá desde a infância; suas pernas e pescoços estavam acorrentados de tal modo que não se podiam mover; só podiam olhar para a frente, para a parede do fundo da caverna, pois eram impedidos de virar a cabeça por causa das correntes.

    Havia um fogo ardente, a distância, que projetava sobre a parede do fundo as sombras de pessoas e objetos que passassem atrás.

    Assim os prisioneiros da caverna, que só podiam olhar para aquela parede, acreditavam que as sombras que viam eram a realidade; e passaram a distingui-las e nomeá-las, associando-as ás formas que viam e aos sons que ouviam. As sombras eram a sua verdade, a realidade do seu mundo.

    Imaginando que um deles pudesse libertar-se das correntes, pôr-se de pé, virar a cabeça e olhar para o fogo, ele sofreria com a súbita e intensa luminosidade e não poderia ainda ver a nova realidade. Ele precisaria acostumar-se com a claridade do fogo e a visão do mundo superior, além da caverna. Veria primeiro as sombras, depois os reflexos de homens e objetos na água e então os veria diretamente; depois veria o céu, o sol e poderia raciocinar sobre ele. Esta é a sequência do conhecimento."

    Fonte: MOSCOVICI, FELA – RENASCENÇA ORGANIZACIONAL , LTC,RJ 1988.

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